quarta-feira, 4 de maio de 2011

Seu bebê tem medo de que?

            Vou ser sincera. Uma das coisas que eu, como mãe, ainda não sei lidar muito bem, é com os medos que Joãozinho demonstra ter ao longo do tempo. Mas pelo que vejo, esse é um problema que aflige muitas mamães. Em quase todas as festinhas, vejo rostos absolutamente desolados, ao perceber que os filhotes não gostam do simpático palhaço, ou que entraram em pânico no início de alguma apresentação de teatrinho.

        Nos sentimos absolutamente impotentes, porque dificilmente nossos argumentos ajudam os nossos bebês a vencerem a barreira que eles detectam naquilo que, a princípio, deveria ser um motivo de sorrisos.
     
        O meu gordinho não pode ser considerado uma criança medrosa ao extremo, mas ele tem pavor especificamente de três coisas. Brinquedos que giram, fogos de artifício, e pessoas exageradamente espalhafatosas, a exemplo de palhaços que "brincam de brigar" . Ele treme, chora, fica angustiado, pede socorro, diz "não mamãe", até que tudo se encerre. Agora, mais velho, aprendeu a tapar os olhos até que a imagem que traz a angústia desapareça. Menos mal, mas o medo continua. Eu faço o possível para demonstrar que as situações não deveriam trazer-lhe tanto pavor. Já li artigos sobre isso, tentei utilizar as técnicas que ensinam, mas não adianta lá muita coisa.

              Entretanto, um livro que estou devorando no momento, "As crianças aprendem o que vivenciam", me ajudou a entender um pouco porque nossos bebês agem dessa forma diante de certas cenas. Eles vêem em determinadas situações coisas que nós, adultos, não somos mais capazes de ver como ameaças. Além do mais, interpretam literalmente informações que lhes são passadas, não sendo ainda capazes de perceber o siginificado real das coisas.

           Exemplo: Para João Vinicius, brigar é brigar, brincar é brincar. Se ele vê dois homens empurrando um ao outro, na cabecinha dele aquilo é uma agressão. Mesmo que todos riam da cena, ele ainda não consegue discernir que um não está machucando o outro, mas apenas fazendo graça pras pessoas.

              Se uma criança está num teatrinho, um determinado aspecto físico de um boneco pode chamar-lhe a atenção negativamente. Os dentes grandes do lobo,  a voz forte em tom de briga... Cabe aos pais tentar identificar e contornar a situação explicando de uma forma que a criança passe a compreender a cena. Mas que isso é difícil, ah, é, e muito... rsrsrs..

            Em muitos casos, só o tempo consegue trazer a superação do medo. E isso já observo em Joãozinho. Semana passada estávamos no game station, e eu resolvi tentar, pela enésima vez, fazer com que Joãozinho fosse naquele carrinho que anda num trilho, como se fosse um trenzinho, brinquedo que não cabe a mamãe do lado, nem o papai. Ele teria que ir sozinho, como as outras crianças, mas ir sem medo, e, acima de tudo, se divertindo. Abordei ele como se nunca tivesse tentado antes.

          - Gordo, tu quer ir nesse? Parece o máximo! Tu vai dirigir um carro na pista! (ele já sabe o que significa uma pista de corrida)
        
               Para minha surpresa, ele balançou a cabecinha fazendo sinal de "sim", e falou "quer". Não acreditei. Olhei pra João assustada, que devolveu o olhar como quem diz, coloca ele e não faz nenhum pantim pelamordeDeus hehehehe
          
              Esperamos e eu perguntei. - Tu quer ir em qual carrinho? O 2, o 6, o 4? Qual?
              
              Ele, - o 2! 

              E colocamos ele. Naquele momento, já vi o chororô após o carro dar partida, e a necessidade de fazer uma parada antes do tempo pra resgatar o príncipe, cena que tinha acontecido outras vezes. Mas, pra nossa surpresa, ele foi. Deu a volta lá na frente, num local onde não conseguíamos ver sua expressão, e voltou. Eu já olhei com um olho fechado e outro aberto, meio como quem não quer ver. João idem.

        E o que vimos?

        Uma criança com um sorriso de banda, aquele que se dá quando se acha algo o máximo, mas se está com vergonha de dizer. Uma expressão de intensa alegria e descoberta, como quem afirma estar gostando, e, principalmente, se esforçando para superar um medo. Agarrado no volante (não soltou de jeito nenhum nem pra nos dar xau), ele terminou todo o percurso felicíssimo, sorridente, vibrando sem fim. João queria filmar, o celular sem espaço, e eu falei que ele deixasse pra lá, que apenas curtisse o momento, o qual não precisava ser registrado para ficar na memória da gente.

         Muito bom. Uma sensação de etapa cumprida. Uma certeza que o tempo é o senhor de tudo. E que nossos bebês, pouco a pouco, vão descobrindo que viver é uma grande brincadeira, no ótimo sentido.
 
Essa foi no Hopi Hari, nesse fim de semana. O medo se foi. A brincadeira fica pra sempre!!!!



6 comentários:

Dani Padilha disse...

Adorei como sempre! Ói eu aqui! Bjo

Ana, João e Joãozinho disse...

eita! que massa!!!! Beijo galega linda!

L'effet Petit disse...

ooow que fofo!! O negócio com os medos é não deixar de "oferecer, mostrar", mas sem forçar a barra :)

Beijinhossss

cellicristine disse...

Show de bola, Aninha!!! Beijos

Unknown disse...

Aninha adoro ler o blog ! Eu fiquei arrasadinha pq Waguinho não dançou na festinha da apresentação das mães, mas tinha quase certeza que isso ia acontecer,mas a professora disse com tanta firmeza que Waguinho estava fazendo tudo direitinho , cantando, dançando , que meio que me "ïludi", agora é esperar o tempo dele!
Beijosssssssssssss no meu Picolino lindo!

Raquel Rolemberg disse...

Gostei demais e aprendi, acredita?mas é verdade tudo tem seus momentos eum dia tudo passa.A paciência é alma de tudo.Mais uma vez,parabéns minha nora!