sábado, 5 de novembro de 2011

A Dra. Endocrinologista.

      Lembro que, quando estávamos planejando ter um filho, eu comentava: Podemos ter um bebê moreno, loiro, de olhos claros, escuros, grande, pequeno, mas magrinho nunca. As nossas famílias são uma miscelânea de raças. Entretanto, o Papai e a Mamãe compartilham de uma característica. A fofura. Sim, uma fofura que nos acompanha desde a tenra idade. A mamãe mais cedo que o Papai. Mas, nós dois, fomos crianças gordinhas. E assim aconteceu, rsrsrs...

        O nosso Joãozinho nasceu pequeno e magrinho, demorou a ganhar peso, mas, quando pegou "gosto" pela coisa, não parou mais, rsrsrs. Sua gostosura é encantadora, todos tem vontade de morder, apertar, o acham a coisa mais linda do Universo. Para completar, ele AMA comer comidas saudáveis, aquelas que todas as mães sonham em ver os seus filhos comendo. Arroz, Feijão, Macarrão, Purê, Inhame, Cuscuz, Banana, Carne, Frango, Peixe, Ovos, Legumes, até Brócolis! (lembram daquele comercial?) E, para completar mais ainda, ele não gosta de guloseimas. Chocolate? Sem chance com ele. Sorvete? Bombom? Salgadinho de pacote? Nada disso. No máximo um pirulito, ou um salgadinho de queijo de forno, ou uma pipoca.

]        Muito lindo. Como pais, e familiares em geral, nada mais encantador do que vê-lo comendo feliz, crescendo forte, e, sobretudo, saudável. E é justo nesse momento, quando nos encantamos demais, que um problema pode aparecer.

          Inhame? 3 rodelas. Purê? Uma porção inteira de restaurante. Feijão? Duas conchas. Cuscuz? Muito. Na Escola o fato se repetia. Ele é de longe o que melhor se alimenta, e a tia e a babá, encantadas, cediam aos seus desejos de mais.

         Até que, na última consulta à Pediatra, o susto. Joãozinho é muito grande pra idade, mas o peso deu um salto tão considerável, que ultrapassou os limites da curva. Não tinha nem interseção mais com a altura. Peso elevado para a idade. E, consequentemente, preocupante.
   
         O fato de as pessoas falarem, Ah, mas ele não é gordo, ele é "socado", acaba nos dando a falsa impressão de que é apenas o biotipo dele. Mas não é. Ele será sempre fortão, mas não precisa, para tanto, entrar nos limites da obesidade, como de fato estava entrando. Outra coisa. Os comentários começam a surgir da boca dos mais inocentes. As crianças. Percebi que os coleguinhas se interessavam muito pela barriguinha saliente dele. Uma delas, chegou a chamá-lo de João Bolinha. Era um alerta. Não pela estética, óbvio, mas pela constatação de que ele estava se afastando do padrão comum. Já estava sendo perceptível a diferença.

           Assim, marcamos uma Endocrinologista. O papai ficou arrasado. Lembrou da sua época na infância, em que as visitas a essa especialidade médica eram constantes. E nada, na época, parecia adiantar. Mas era fato, precisávamos de orientação. E lá fomos.

        A Dra. Endocrinologista, muito simpática, logo se encantou com Joãozinho. Mas fez a mesma constatação da Dra. Pediatra. Ele estava, para a altura, bem acima do peso. O que fazer? Conversamos muito. E ela só me parabenizava. Parabéns, Parabéns, Parabéns. Qual o problema, então?

Primeiro. Pela genética, ele tem noventa por cento de chances de ter problemas de obesidade. Ainda nos restam dez.

        Segundo, e principalmente. As QUANTIDADES. A alegria de ver uma criança feliz comendo é tamanha. Muitas mães penam, todos os dias, por isso. Ver seu filho pedir mais inhame, cuscuz, banana, é quase irresistível. Se ele pedisse biscoito de chocolate não seria tão difícil.

        Peguei o cardápio e escutei atenta todas as orientações. Vi aquela médica admirar meu filho, e olhar pra mim com a certeza de que ia dar certo. Meus olhos encheram de lágrima. Saí do consultório. Será que conseguiria?

         Imaginei tudo. Só não que seria tão fácil. No começo, lógico, ele estranhou, e protestou, e até chorou. Mas com as dicas preciosas da médica, fomos readequando as quantidades, em casa, e na Escola. Cortada só foi mesmo a Geléia de Mocotó. Altamente calórica. No mais, tudo mantido. Apenas, reordenado.

        O resultado é que o gordinho parou de ascender na curva de peso, como vinha fazendo com uma constância fora do normal, e até perdeu um pouquinho. E, o melhor, temos a consciência de que, enquanto pudermos, faremos nossa parte. Tudo para ver nosso pequeno saudável, sem enfrentar taxas alteradas, sem deixar de participar de atividades por não se sentir bem. Tudo para vê-lo FELIZ.

           Ah! Podem continuar o chamando de Gordo, Gordinho. Esse apelido quero que ele carregue para o resto da vida. É a forma carinhosa com que a mamãe chama o Papai, e como a família costuma chamar uns aos outros. Até os magrinhos são "Gordos". O carinho é inerente a essa expressão. E ele sente isso. E gosta :)

Vamos em frente!! :)




Tudo por essa alegria de viver.


4 comentários:

Cynnara disse...

Anita, legal essa consciência de prevenção q vcs tem :-) quanto ao fato de little jonh n gostar de besteiras,tipo chocolate, verdade!!! (fui testemunha disso, lembra? hahaha)... muito legal seu post, e essa "coisa" de chamar Dra. Pediatra, Dra Endocrinologista (hahaha) me lembra o jeito de escrever de Exupéry no "pequeno principe", amei!!! bjão p tu... cynnara

... disse...

Aninha, Joãozinho é um orgulho!!! =D
Coisa linda, fofa e amostrada! Vai dar tudo certo, amiga, tu vai ver! Com a mãe dedicada que ele tem, além de tudo, será magro e suuuper saudavel.

L'effet Petit disse...

Parabéns, Ana! Saudável ele já é (não é pq tava acima do peso que não tava saudável), e agora vai ficar extra filé rsrsrs Bjoss

Anônimo disse...

Amiga, já é perceptível a mudança de Joãozinho: o rostinho mais fino, a barriguinha mais sequinha e o melhor, a mesma alegria contagiante de sempre. Fico feliz pelos resultados dele e principalmente pela forma como você e João estão conduzindo esta etapa. Um grande beijo da dinda tiapaulaamekikaairlines. Adorei. Faz um post contando este fato, vai?! Paz e bençãos!